sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Não quero ser brisa, rede, água morna ou coisa alguma que lhe traga repouso. Quero mesmo é ser a pedra no seu sapato, homem. Ser uma coisa pequena que toma toda a sua atenção. Quero ser dor de dente palpitante, farpa que entrou debaixo da unha, espinha interna e inflamada. Quero ser aquele choque agoniante e demorado que não se sabe de onde vem e quando vai passar. Quero ser seu desconforto, sua ferida exposta, seu calafrio. Fazer-lhe insone, infame, enxame barulhento. Traga aqui sua paz, seu sono, seu arrasto, e joga nessa lixeira do lado da minha cômoda. Venha aqui para a minha cama que eu lhe mostro a graça de se estar inseguro nos braços de uma mulher inquietada pelo desejo de lhe ver perdido no espaço que cabe entre esse período sem pausa para retomada de fôlego e lábios sedentos pelos seus.
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